O Farol de Maracaibo é uma longa tempestade com raios que ocorre quase que diariamente, e praticamente no mesmo horário, em uma região da Venezuela.
É um fenômeno atmosférico que ocorre somente sobre a foz do rio Catatumbo (por isso também é conhecido como Relâmpago do Catatumbo), onde ele deságua no lago Maracaibo.
Os raios ocorrem, em média, vinte e oito vezes por minuto, até nove horas por dia, após o anoitecer, durante cerca de 300 dias por ano, acompanhado por uma tempestade.
As tempestades (e os raios associados) provavelmente são o resultado dos ventos soprando no lago Maracaibo e nas planícies pantanosas circundantes. Essas massas de ar inevitavelmente encontram as cordilheiras altas dos Andes, as Montanhas Perijá (3.750 m) e a Cordilheira de Mérida, que encerra a planície por três lados. O calor e a umidade coletados nas planícies criam cargas elétricas e, à medida que as massas de ar são desestabilizadas pelas cordilheiras das montanhas, resultam em atividades de tempestade. O fenômeno é caracterizado por raios quase contínuos, principalmente dentro das nuvens, que são produzidos em um grande desenvolvimento vertical das nuvens.
O geógrafo italiano Agustin Codazzi o descreveu em 1841 como “um raio contínuo, e sua posição é tal que, localizada quase no meridiano da foz do lago, direciona os navegadores como um farol”.
Entre as principais curiosidades históricas, há uma história sobre a tentativa de Francis Drake em saquear Maracaibo, que foi frustrada pelo alerta precoce à guarnição da cidade, produzido graças à iluminação dos raios. Além disso, durante a guerra de independência, o raio serviu de farol para a força naval do almirante José Prudencio Padilla, que conseguiu derrotar os navios espanhóis em 24 de julho de 1823. Entre as características do Relâmpago de Catatumbo, está a condição inaudível do raio, bem como ao seu brilho e luminosidade.
Este fenômeno cria um espetáculo para ser visto. Ele ilumina o céu com listras de cores fosforescentes, a luz branca sendo absorvida pela poeira e umidade para criar uma ilusão vibrante e colorida. Pode iluminar áreas até 400 km de distância, com o som do trovão acompanhante não alcançando ninguém além das testemunhas imediatas. Sua ocorrência sobre a água, durante a noite, contradiz o padrão global de raios, que tende a ocorrer sobre a terra à tarde.
Os raios produzem uma grande quantidade de ozônio, embora, dada a sua instabilidade, duvida-se que ele tenha algum efeito sobre a ozonosfera.
A NASA confirmou em seu website, em 02/05/2016, que esta região é a nova “Capital Mundial dos Relâmpagos”.