Degustação é uma avaliação que se faz da cachaça para estipular se ela é boa ou ruim. Consiste em exame visual da cachaça na garrafa e no copo, seguido do exame olfativo e depois pelo gustativo da bebida.
Exame na garrafa
A garrafa deve apresentar rótulo contendo dados sobre o produtor, graduação alcoólica, selo de produção e data do envasamento.
Ela deve ser agitada levemente para que seja observada a formação de colar (círculo de pequenas bolhas) no gargalo.
O líquido deve estar isento de partículas sólidas ou viscosas.
Exame no copo
No copo, o líquido deve apresentar limpidez, ou seja, ser transparente e sem partículas. Deve apresentar brilho vivo e não opaco. O brilho pode ser brilhante, límpido, velado, opaco ou turvo.
A cor pode ser amarela, dourada, âmbar ou branca, quando a cachaça não é envelhecida ou o é em tonéis que não alteram a coloração da bebida.
A viscosidade, ou seja, a presença de glicerol, pode ser observada agitando levemente o copo em movimentos circulares. Da parte superior do copo onde o líquido alcançou, começam a escorrer “lágrimas”. Quanto mais lento o deslizamento da lágrima, maior é a viscosidade.
Exame olfativo
Primeiro, aproxima-se o copo om a cachaça em repouso das narinas, tampa-se uma delas e inspira-se com a outra. Se “queimar”, significa presença de alto teor alcoólico. Em seguida, agita-se levemente o copo para que aromas sutis sejam liberados e inspira-se com as duas narinas. Por último, o copo deve ser agitado vigorosamente para que outros aromas sejam liberados.
Tipos de aroma
Primário (da cana-de-açúcar)
Secundário (liberado pelos ésteres na fermentação)
Terciário (liberados pela madeira durante o envelhecimento – não devem existir em cachaças não envelhecidas).
Característica dos aromas
Intensidade: aroma variando de sutil até imperceptível.
Fineza: aroma variando de notável, agradável e rude.
Natureza: é a analogia com aromas conhecidos como pimenta, noz moscada, baunilha, menta, anis, funcho, etc.
Persistência: é o intervalo de tempo em que a sensação do aroma permanece na memória olfativa.
Principais aromas
Alcoólico: deve ser moderado
Frutado: quando lembra o aroma de frutas agradáveis.
Ácido: deve ser discreto, não ocasionando a excessiva produção de saliva.
Adocicado: deve ser moderado, não prevalecendo sobre o aroma da fruta.
Estranho: como aroma de mofo, papel molhado, acre, sulfatos, etc., o que demonstra presença de componentes indesejáveis.
Alguns aromas indesejáveis e causas prováveis
Não aceitáveis
Vinagre: ácido acético
Verniz: Acetato de etila
Ovo em decomposição: ácido sulfídrico
Gerânio: ácido sórbico
Aceitáveis quando leves
Metálico: Acetaldeídos
Queijo ou chucrute: ácido lático
Fósforo queimado: anidrido sulfuroso
Mofo ou bolor: diversos sulfatos
Exame gustativo
Este exame confirma ou não as sensações deixadas pelo exame olfativo. Coloca-se uma pequena quantidade da cachaça na boca e revolve-a com a língua, de maneira que alcance todas as partes da boca e da língua. Procura-se então identificar os aromas provocados pelo exame olfativo. Em seguida o líquido é ingerido.
As características obtidas com este exame são
Estrutura: sensação de travo ou amargor indica bebida de má qualidade. A boa cachaça deixa uma sensação aveludada.
Acidez: se a tendência for fazer careta como quando se come limão ou se bebe vinagre, é uma indicação de que a cachaça é de má qualidade.
Alcoolidade: cachaça de má qualidade provoca uma sensação de ardência ou queimação na boca e na garganta.
Encorpo: é a sensação de que passou algo encorpado pela boca, como se fosse uma calda.
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